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Milton pode inaugurar nova classificação de superfuracões com a categoria 6

Depois de alcançar o título de furacão com a intensificação mais rápida já registrada, Milton continua a marcar história, mesmo antes de atingir a costa da Flórida, o que está previsto para quarta-feira. Esse evento pode resultar na criação de uma nova categoria máxima na escala de furacões, a categoria 6, devido aos ventos que já superam os 307 km/h.

Recentemente, cientistas sugeriram, em um estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), a introdução de uma nova categoria para furacões que se tornaram mais intensos por conta do aquecimento dos oceanos e das mudanças climáticas. Milton se encaixa perfeitamente nessa descrição.

Se a situação permanecer a mesma, ele poderá superar furacões anteriores, como o Helene, de categoria 4 (com ventos de até 225 km/h), que atingiu a Flórida e a Carolina do Norte recentemente, causando mais de 200 mortes.

O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) projeta que Milton chegará à Flórida na categoria 5, com ventos superiores a 250 km/h e o potencial de causar danos catastróficos. No entanto, há indícios de que seus ventos podem ultrapassar os 300 km/h, alimentados pelas águas anormalmente quentes do Atlântico, o que pode elevar sua classificação além da escala atual.

A principal incerteza é a possível desorganização de seus ventos ao se aproximar do Golfo do México, que poderia enfraquecê-lo. Para se manter poderoso, Milton depende de ventos organizados e alinhados. Mas, até o momento, ele continua sendo uma ameaça significativa.

Meteorologistas ficaram surpresos com as imagens capturadas pela Estação Espacial Internacional, que mostram ventos acima de 290 km/h girando ao redor de um olho extremamente pequeno, uma característica que pode resultar em uma intensificação rápida e letal.

Mesmo que não atinja a nova categoria sugerida, Milton tem o potencial de causar danos devastadores, especialmente na vulnerável região de Tampa, onde um furacão de categoria 4 poderia gerar perdas de até US$ 230 bilhões. A última vez que Tampa foi atingida diretamente por um furacão foi em 1946, e a cidade está particularmente suscetível a grandes marés de tempestade devido às suas águas costeiras rasas.

O aumento da temperatura dos oceanos nas últimas duas décadas, especialmente a partir de 2023, tem contribuído para o fortalecimento de furacões como Milton, justificando discussões sobre a criação de uma nova categoria para tempestades tão destrutivas.